O deputado Vivaldo Costa (PROS) tomou posse esta semana para cumprir o seu nono mandato na Assembleia Legislativa. Primeiro suplente da coligação Unidos pela Mudança II, Vivaldo retorna à Casa com a vaga deixada pelo deputado Agnelo Alves (PDT), falecido no dia 21. Médico, caicoense, o parlamentar entrou para a vida pública nos anos 1970 e já foi vice-governador do Estado, ocasião em que assumiu o Governo; também foi deputado federal e prefeito de Caicó. Nesta entrevista, o parlamentar elenca os projetos para o seu mandato.

Deputado, qual a prioridade deste seu novo mandato?

Cheguei aqui pela primeira vez há 40 anos e volto renovado, com disposição para continuar a luta que eu sempre tive em favor minha região Seridó e de outras regiões, mas principalmente do Seridó. A saúde, a educação de qualidade para os jovens pobres e agora o enfrentamento da seca são grandes prioridades. O problema maior do nosso Estado nesse momento é a falta de água. E ainda que exista um prenúncio de um quinto ano de seca, ainda estamos no quarto ano e os institutos fazem previsão de mais um ano. É preciso que se parta para a ação. A adutora de Currais Novos e a de Acari. estão precisando de providências e  30 milhões de reais não é muito dinheiro para o Governo Federal. É preciso que as obras andem e as adutoras saiam do papel e sejam concluídas também em Caicó.

Como é que o senhor vai trabalhar por estas prioridades, tendo em vista que o poder é do Executivo?

Eu sempre fui um deputado governista. Mas nunca pedi nada a Governo e nem vou pedir, nem para mim, nem para a minha família ou para proteger empreiteira. Mas acho que o deputado quando fica perto do Governo, levando os pleitos e cobrando, é mais fácil daqueles pleitos serem realizados. Vou solicitar obras aqui oficialmente, através da Assembleia, mas vou procurar o governador Robinson e o secretário de Recursos Hídricos, para que essas coisas sejam concretizadas, principalmente no âmbito da seca.

Existe algum projeto já planejado para apresentar aqui na Assembleia?

Não. Sou um deputado de pouco projeto, até porque projeto importante redunda em aumento de despesa para o erário público e é proibido. No início eu apresentei alguns projetos, mas depois vi que esse caminho é inócuo. O que vale mesmo é o deputado ter uma convivência com o governador e o Governo se sensibilizar para realizar as obras que o deputado pleiteia em favor do povo. Então acredito mais nisso, no meu relacionamento e na cobrança que vou fazer pessoalmente ao governador Robinson Faria.

O que a população pode esperar do deputado Vivaldo Costa?

A garra que eu sempre tive, a capacidade de trabalho, de cobrar. Nunca fui omisso em nada. Eu tomo partido por tudo, até em briga de galo como disse alguém. Com ou sem êxito, tomo partido, por isso que estou com 76 anos e merecendo o respeito do povo do Rio Grande do Norte.

O Senhor assumirá a vaga deixada por Agnelo Alves. O que tem para falar sobre ele?

Sou dinartista histórico e todo dinartista tinha pavor aos Alves. Em 1960 meu candidato a governador era Djalma Marinho e o de Agnelo era Aluizio Alves. Era uma briga grande , a mais acirrada campanha. Esse pavor acabou quando conheci Garibaldi Filho, deputado estadual, aqui na Assembleia e passei a ter uma convivência amena e a admirá-lo. Depois, em 1986, chegou um jovem deputado, que hoje é o prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT) e aquela raiva foi diminuindo. E por último, convivi durante quatro anos aqui nesta Casa com Agnelo, uma figura humana excepcional, uma inteligência fulgurante, de quem me tornei fã de carteirinha. Todos os dias quando eu chegava aqui na Assembleia procurava Agnelo pra conversar: ele me chamava de santidade em alusão ao apelido de Papa (Jerimum). Nesta Casa, como diz a música, está faltando ele, mas ele está no céu e vai continuar nos protegendo de lá.