Selo Unale
Recursos da Estrada da Produção foram assegurados em três empréstimos

14/04/2014

A RN 203, mais conhecida como Estrada da Produção, não foi concluída por falta de verbas, mas de vontade política. Esta foi a conclusão a que chegaram os participantes da audiência pública realizada esta manhã (14) na Assembleia Legislativa (ALRN) por iniciativa do deputado Gustavo Carvalho (PROS). Os deputados mostraram documentos que comprovam que a obra foi listada como prioridade em três empréstimos solicitados pelo Executivo e já aprovados pela Casa.

O primeiro empréstimo foi para a realização de obras do Pró Investe 1. Depois a Estrada da Produção voltou a ser listada pelo governo nos projetos Pró Investe 2 e RN Sustentável. Caravanas de prefeitos, vereadores e lideranças de municípios das regiões Seridó e Oeste compareceram ao debate e mencionaram as grandes dificuldades dos municípios, que estão isolados geograficamente e arcam com dificuldades, como, por exemplo, o alto custo de escoamento da produção, o perigo de dirigir na região serrana, além de entraves na hora em que é necessário transportar pacientes em estado grave para Natal.

Uma das decisões dos participantes foi a criação de uma comissão integrada pelos deputados e prefeitos para conversar com representantes do Executivo do RN. Também será elaborado e encaminhado ao governo o documento informando que os recursos para a obra já estavam assegurados nos três empréstimos que a Casa aprovou. O documento também irá repudiar o fato do governo não ter enviado um técnico do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) para dar explicações sobre a paralisação da obra. Com este documento, a comissão também pretende provocar o Ministério Público (MPE RN) de todos municípios relacionados à Estrada da Produção.

Gustavo Carvalho considera que mesmo sem qualquer justificativa de técnicos do governo, o debate foi bastante positivo. “Apesar da indignação pela ausência marcante do governo que está se tornando tradicional em todas as questões, a audiência foi muito positiva. O governo é ausente, não escuta e se distancia cada dia mais da sociedade. E espero que a gente dê uma resposta às regiões do Seridó e do Potengi como o governo não tem dado”, disse. A deputada federal Fátima Bezerra (PT), além dos estaduais Márcia Maia (PSB), Fernando Mineiro (PT), Hermano Morais (PMDB) e Gilson Moura (PROS) também reforçaram o pleito.

Estrada

As obras da RN 203 foram iniciadas no ano de 2010, no final do governo Wilma de Faria. Foram construídos apenas 10 Km da estrada, que irá beneficiar diretamente 20 municípios, ou mais de 195 mil habitantes. Irá abreviar em 140 Km o percurso que liga a Serra de Santana, no Seridó, a Natal. Entre os municípios beneficiados estão Currais Novos, Tenente Laurentino, Bodó, Parelhas, Santana do Matos, Barcelona, Rui Barbosa, Lagoa de Velhos, São Pedro, Senador Elói de Souza, São Paulo do Potengi, Riachuelo, Santa Maria, Bom Jesus.

Quando finalizada, a Estrada da Produção vai permitir o escoamento de produtos importantes para a região, como caju, castanha, pinha, maracujá, jaca manga, farinha de mandioca, hortaliças, entre outros, além de potencializar o ecoturismo e o turismo de inverno que já vem sendo desenvolvidos na Serra de Santana.

“Uma obra dessas era para ser continuada, porque pertence ao Estado e não a uma gestão. Cada governo que chega tem que dar continuidade às outras administrações, nós merecemos pelo menos as explicações, mas infelizmente não tem nenhum representante do governo”, disse Márcia Maia.

O prefeito de São Paulo do Potengi, José Leonardo Cassimiro de Araújo, Naldinho, dises que os produtores estão perdendo dinheiro. “Esse longo percurso para escoar a produção encarece os custos de produtos que poderiam chegar mais barato na cesta do consumidor. A gente precisa que aconteça esse ano, pois as estradas também oferecem perigo”, disse.

O deputado Fernando Mineiro listou os empréstimos nos quais a Estrada da Produção estava mencionada. “Temos a prova de que não é um problema técnico, porque o projeto foi feito, tanto é que foi licitado. Também não é orçamentário, porque esta no orçamento, esteve no passado e está no orçamento desse governo. Aprovamos três empréstimos e em todos foram usados o argumento da RN 203. Estou convencido de que não veio ninguém para não ser desmoralizado com a justificativa falsa de que não há recursos”, disse.

 

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