O funcionamento do Hospital da Mulher de Mossoró foi tema de uma Audiência Pública realizada na Câmara Municipal do município, na tarde da sexta-feira (24). Realizada pela deputada Estadual Isolda Dantas (PT) e com o tema “Hospital da Mulher em Mossoró e a Saúde Pública do Estado do RN”, o debate reuniu mulheres de Mossoró e municípios vizinhos e girou em torno da obra que está em andamento.

“Ainda existe uma celeuma muito grande sobre o Hospital da Mulher e esse evento aconteceu, principalmente, para esclarecer a população sobre tudo que diz respeito a esse equipamento tão importante e necessário para a cidade e para as nossas mulheres”, disse Isolda.

Já no início da audiência, o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Saúde (SESAP), Petrônio de Souza Espinelli, destacou três pontos, que, segundo ele, precisam ser levados em consideração quando o assunto é o Hospital da Mulher. “O primeiro é o papel desse equipamento para a região, o segundo ponto é a sustentabilidade dessa unidade e o terceiro é o modelo de gestão que será implantado no Hospital da Mulher, esse talvez o maior desafio de todos”, disse Petrônio de Souza Espinelli.

Outro ponto debatido foi a condição do hospital funcionar, também, como campo de estágio, em parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), para áreas de saúde e afins.

“O primeiro grande ato de parceria entre a UERN e o Hospital da Mulher foi a doação do terreno onde funcionará esse equipamento. Em contrapartida, este servirá para que os nossos alunos coloquem em prática o conhecimento adquirido em nossas salas de aulas”, disse Pedro Fernandes que se colocou à disposição, enquanto instituição, para participar da luta por um bom funcionamento do Hospital da Mulher. “Está na hora de parar de engrandecer o que não está funcionado e destacar aquilo que funciona. Acredito no estabelecimento do diálogo e na união de todos em busca da realização desse sonho de Mossoró e região”, concluiu.

O Hospital da Mulher é a maior obra do Governo do Estado e depois de pronto, deverá atender mulheres de 14 municípios circunvizinhos. Os dados foram confirmados pela gerente Executiva do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sustentável do Governo Cidadão, Ana Cristina Olímpio Guedes.

“Esse é o maior investimento fruto de empréstimo junto ao Banco Mundial, totalizando R$ 54 milhões. É preciso destacar que todos os assuntos relacionados ao Hospital da Mulher estão sendo discutidos de forma bem ampla pelo Governo do Estado, de forma que tudo esteja garantido para que esse equipamento possa funcionar da forma como planejado”, informou Ana Guedes.

Ainda durante a discussão, a coordenadora de ações estratégicas da Sesap, Tereza Freire, destacou a importância da discussão e a necessidade gritante dele para Mosoró.

“O Hospital da Mulher chega para suprir uma necessidade muito grande. Nos últimos dez anos, mais de 65 mil mulheres tiveram seus filhos em Mossoró, vindas de 105 municípios. Só esses números já justificam a necessidade urgente de termos esse equipamento funcionando”, comentou.

Em sua fala o presidente do Comitê Municipal de Saúde de Mossoró, Gilberto Pedro Fernandes, disse estar preocupado e atento com o modelo de gestão que deverá ser implantado, como forma de garantir o pleno funcionamento da unidade hospitalar. Gilberto destacou ainda a alegria de participar da Audiência Pública e da discussão em torno do Hospital da Mulher. “Saio dessa audiência muito animado em ver o comprometimento de todos que aqui estiveram em um debate tão rico e tão consistente sobre o Hospital da Mulher de Mossoró”, disse.

A coordenadora da Regulação da Prefeitura de Mossoró, Adriana Cunha, abordou o assunto pelo viés da Regionalização Solidária onde todos os entes (Governo do Estado, prefeituras, universidades, entre outros) têm responsabilidades reais com o funcionamento do Hospital da Mulher, objetivando o fortalecimento da Rede de Apoio a Mulher.

“Estou aqui muito feliz em participar dessa discussão por ver que aqui ela é muito mais aprofundada e que não estamos discutindo aqui leitos de hospital, mas sim a formação profissional, o modelo de gestão, entre outros temas, que já tornam o Hospital da Mulher um equipamento de saúde diferenciado e extremamente importante para Mossoró e região”, enfatizou Adriana Cunha.

O mesmo pensamento foi compactuado pela vice-presidente do Comitê de Mortalidade Materna, Luzia Bessa, que reconhece a discussão como ampla. Luzia destacou alguns pontos correlacionados com a saúde da mulher, tais como a PEC 95, o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o aborto e a regionalização da saúde no Estado.

“O Hospital da Mulher poderá ser o primeiro equipamento público de saúde para a mulher de qualidade, e com funcionamento da forma correta. Não tenho dúvidas que a regionalização é o grande trunfo para que isso venha acontecer. Com isso poderemos melhorar a saúde do Estado e, quiçá, termos a melhor saúde do Brasil.”, ressaltou Luzia Bessa.

O Governo do Estado investe R$ 54 milhões na construção do Hospital da Mulher. A unidade hospitalar deve ofertar cerca de 118 leitos, entre eles, unidades para observação no pronto-socorro, leitos de internação e de suporte para mulheres vítimas de violência, leitos de unidade de terapia intensiva e cuidados intermediários e unidades funcionais para centro obstétrico e deverá atender cerca de 450 mil mulheres de Mossoró e Região, por ano.